25 de abril de 2009

Franelinhas

- Vai lavar o carro hoje, dotô?
- Não.
- Então é só vigiar né?
- Nem vigiar.

É óbvio que depois de manter esse diálogo com um "franelinha" (também conhecido como "guardador") num dos estacionamentos ditos públicos da capital federal, eu entrei de novo no meu carro e fui procurar outro lugar para estacionar. O sujeito nem era dos mais agressivos, afinal de contas Brasília ainda não é o Rio de Janeiro - onde a extorsão é tradicional, ostensiva e generalizada - no entanto é melhor não arriscar ter o carro arranhado.

Mas a coisa só está piorando, e os depoimentos publicados no Correio Braziliense revelam que os meliantes candangos já começam a utilizar as técnicas sindicais de seus colegas cariocas: estipular um valor pelo serviço inútil, cobrar adiantado e fazer ameaças explícitas. Polícia para coibir essas atividades, nem pensar.

Minha geração, formada que foi no maldito pensamento esquerdista, costuma ser tolerante até certo ponto, porque é claro que o sujeito que é franelinha "não teve outra opção na vida", e é um "excluído". Ninguém pensa isso de fato, é só discurso politicamente correto, e qualquer pessoa minimamente inteligente sabe que se um carro for roubado o franela não vai fazer nada, e o pagamento na prática serve para evitar que ele mesmo danifique o veículo. E até a polícia tem a cara de pau de justificar sua inação sustentando que "não tem como proibir", "eles sempre voltam".

E em algumas cidades brasileiras, essa profissão que nem deveria existir já é organizada em sindicatos, caminho certo para começar a pleitear verbas dos governos para estruturar a "catiguria", e assim em pouco tempo sermos todos extorquidos por franelas com carteira assinada. 

Um comentário:

Susie disse...

Flanelinhas ja dominaram geral. A gente so lembra que eles existem quando volta ao Brasil.
Nossa, esse blog ta ficando super chique. Tem traffic feed e tudo, com visitas de varias cidades e paises. Uau :)