30 de janeiro de 2009

Mind the gap!

South Ferry, a primeira estação nova do metrô de Nova York em 20 anos, custou US$ 530 milhões e já estava pronta para ser inaugurada, neste mês, quando perceberam que o vão (gap) entre o trem e a plataforma era uma polegada maior do que o permitido pela legislação federal.

A lei, que é direcionada aos deficientes físicos ( "Americans with disabilities", na linguagem politicamente correta federal), tolera um máximo de 3 polegadas - cerca de 7,6 centímetros - de vão. Por isso a inauguração será adiada em várias semanas, para a instalação de uma extensão de borracha, que custará US$ 200 mil.

Já o metrô de Londres divide seus vãos em três categorias: A (pequeno), B (médio) e C (grande). Só que o "pequeno" pode ter até 3,3 polegadas (8,5 cm), e o "grande" pode variar entre 7 e 10 polegadas - 18 a 25 centímetros! Notamos que o inglês com "disabilities" ou é mais lépido e safo ou então sofre muito mais do que seu cumpanhero americano!

Dá para entender porque os passageiros são bombardeados nas estações londrinas com os anúncios de "Mind the gap!" (atenção para o vão!), chegando ao cúmulo de estações onde a frase é repetida continuamente enquanto o trem estiver na estação.

As estações com os maiores vãos são Bank (Central Line) e Waterloo (Bakerloo Line). Reza a lenda que o vão na estação de Bank é enorme porque os operários que cavaram o metrô tiveram que desviar repetidamente da trajetória planejada para não atingir os gigantescos cofres subterrâneos do Banco Central inglês, que fica sobre a estação.


Foto encontrada na internet

20 de janeiro de 2009

Ingredientes, temperos, etc. - Inglês-Português

Ervas, temperos e especiarias já foram mercadoria muito disputada e cara, que fez a fortuna dos comerciantes e navegadores que as vendiam a peso de ouro. Hoje estão disponíveis em todo lugar, e os preços são acessíveis, com raras exceções, como o açafrão verdadeiro (crocus sativus), que sempre foi e continua sendo caríssimo. Mas esse é um caso à parte, pois para obter 12 gramas de açafrão seco é necessário um quilo das flores de açafrão.

No Brasil se vende como açafrão a curcuma moída, uma planta totalmente diferente, da qual é produzido um pó de cor amarela, mas não tem nada a ver com o açafrão verdadeiro. A curcuma é conhecida em inglês como turmeric.

Pra quem gosta de cozinhar e usa de vez em quando receitas em inglês, é bom saber um pouco os nomes dos temperos e ingredientes. Abaixo seguem alguns.


Temperos
anise anis, erva-doce
basil manjericão
chives mini-cebolinha
rosemary alecrim
thyme tomilho
saffron açafrão
sage sálvia
parsley salsa
scallion cebolinha
coriander coentro
shallot chalota [échalotte - fr]
turmeric curcuma
bell pepper pimentão
cummin cominho
tarragon estragão

Nuts
cashew nut castanha de caju
chestnut castanha
brazil nut castanha do pará

Berries
blueberry mirtilo, uvas do monte, arando
raspberry framboesa
gooseberry groselha
cranberry oxicoco
blackberry amora silvestre
strawberry morango

19 de janeiro de 2009

Compare the Meeeerrrkatt dot com

O novo anúncio do site CompareTheMarket.com também é muito engraçado.

O meerkat (ou suricato) é um pequeno mamífero nativo do sul da África. Por outro lado, "meerkat" é como um russo com sotaque falaria a palavra "market". O meerkat Aleksandr tem nome e sotaque russos.

Os criadores do anúncio chegaram até mesmo a fazer um site do CompareTheMeerkat.com.


Woolie e Worth

A tradicional rede de lojas Woolworths,  espécie de Lojas Americanas inglesa, sucumbiu vítima da crise financeira. Os dois personagens de seus anúncios na TV, o carneirinho de pelúcia Woolie e o cachorro Worth vão deixar saudades, pelo menos pra mim e para o Somerfildo.

A rede tinha 815 lojas, e a primeira foi aberta em 1909, na cidade de Liverpool. Entrou em concordata em novembro passado e fechou as portas ainda em dezembro, pouco antes de completar 100 anos.

Para relembrar, esse anúncio com o Darth Vader, de 2007, é muito bom!


17 de janeiro de 2009

Andrew Wyeth (1917-2009)


"Christina's World" (1948, MoMA)

Morreu aos 91 anos Andrew Wyeth, um dos maiores pintores americanos, verdadeiro herói da resistência à "fashion art", à arte da moda do séc. XX. Como notou Richard Lacayo em artigo na Time, bem depois de deixar de ser modismo, ou mesmo permitido, Wyeth prosseguiu fazendo quadros realistas, com o tipo de pincelada que descreve o mundo em detalhes quase moleculares.

Foi em 2005 que eu e Somerfildo vimos, no Museu de Arte Moderna de Nova York, seu quadro mais famoso, O mundo de Christina (Christina's world), lado a lado com outra obra prima, Casa ao lado da estrada de ferro (House by the railroad), de outro resistente, o grande Edward Hopper. As duas obras estão, segundo Lacayo, numa espécie de ante-sala, às margens das mais "respeitáveis" galerias de arte "moderna" propriamente dita.

O mundo de Christina mostra uma menina paralítica, em um campo, olhando em direção a uma casa de fazenda, e foi pintado usando têmpera, uma técnica tradicional que Wyeth dominava, mas que tornava muito lenta a execução de seus trabalhos. O quadro é um ícone da cultura popular norte-americana.

Andrew Wyeth nasceu em uma família de artistas, e começou seu aprendizado com 15 anos no estúdio de seu pai, N. C. Wyeth, pintor e ilustrador. Segundo Paul Johnson, Andrew era o oposto do "artista da moda" do séc. XX : trabalhava de forma discreta, longe dos olhos do público; quase nunca falava de sua obra, se pudesse evitar; era lento, cuidadoso, auto-crítico e pouco se importava com o sucesso comercial.

Ainda assim foi extremamente popular; em 1976 recebeu uma grande retrospectiva no Metropolitan Museum de Nova York, e foi o primeiro norte-americano a ter uma retrospectiva na Royal Academy of Arts, em Londres.

Abaixo um belo vídeo de cerca de 10 minutos, feito por um usuário do You Tube, que mostra muitos trabalhos de Andrew Wyeth.


Uma boa coleção das obras de Wyeth (YouTube)




11 de janeiro de 2009

Alan Aldridge no Design Museum



"Pai, vamos viajar?" - me disse o Somerfildo, mostrando que entendeu bem o conceito por trás do trabalho de Alan Aldridge. A retrospectiva do ilustrador inglês ocupa boa parte do último andar do Design Museum em Londres (até 25 de janeiro), e visitá-la é voltar ao anos 1960, com cores fortes, imagens surrealistas e música dos Beatles, Rolling Stones e Pink Floyd.

Meu primeiro contato com o trabalho de Aldridge foi há muito tempo, por meio de um songbook dos Beatles, com ilustrações lisérgicas das canções, quase todas expostas no museu. Quando soube da exposição, não liguei imediatamente o nome ao trabalho, e quando o fiz, resolvi ir com o Somerfildo, também fã do quarteto de Liverpool.

"Quem precisa de drogas quando tem disponível Alan Aldridge para traduzir a música em imagens?", teria dito Nick Mason, o baterista do Pink Floyd. Justifica-se para o ilustrador a autodenominação de "o homem dos olhos de caleidoscópio", título retirado da letra de Lucy in the Sky with Diamonds.

Os trabalhos para os Beatles - Aldridge era consultor da Apple Records - estão talvez entre os mais conhecidos, mas Aldrige também é o autor da capa do megasucesso de Elton John, "Captain Fantastic and The Brown Dirt Cowboy" (1975), e foi designer de capas de livros para a editora Penguin. Também criou as marcas das casas noturnas "Hard Rock Café" e " House of Blues".

Uma das salas traz um Mini Cooper pintado especialmente para a retrospectiva, no estilo psicodélico de Aldridge, já anunciando os 50 anos do lançamento do primeiro Mini (foi em 1959), que será certamente motivo de comemorações na Inglaterra.

Houve tempo em que Aldridge ilustrou livros infantis - a sala onde o Somerfildo queria "viajar" tinha as paredes cobertas por espelhos e grandes móbiles pendurados no teto, com as tais ilustrações. Somerfildo notou que se ele fosse criança pequena ia ter era medo daquelas figuras, umas moscas e outros bichos gigantes, coloridos e surrealistas.

A exposição é interessante principalmente para quem não conhece, mas mostra também que o ilustrador continua vivendo do mito que criou, e seu trabalho recente é talvez um pouco repetitivo - mas é uma viagem!











6 de janeiro de 2009

Barbalala


Barbalala, a filhinha do meu compadre BB, com sua mamadeira nova!