24 de maio de 2009

"If", por Rudyard Kipling (1865-1936)

Somerfildo, esse poema do Kipling é muito bonito. Eu gosto principalmente da parte em que ele diz: "Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,/ De sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores. / Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires / Tratar da mesma forma a esses dois impostores"

Veja em seguida ao poema a bela tradução feita pelo poeta paulista Guilherme de Almeida (1890-1969).


If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise;

If you can dream -and not make dreams your master,
If you can think -and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools;

If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings - nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And - which is more - you'll be a Man, my son!


Se
(tradução de Guilherme de Almeida)

Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para esses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretensioso;

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
De sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste,
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
E refazê-las com o bem pouco que te reste;

Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe,
E a persistir assim quando, exaustos, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!";

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E, entre reis, não perder a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
Se a todos podes ser de alguma utilidade,
E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao minuto fatal todo o valor e brilho,
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo
E o que mais - tu serás um homem, ó meu filho!

17 de maio de 2009

Libélulas, tradição e biopirataria



A foto acima, de uma libélula que acabou de sair do casulo, foi uma das finalistas do concurso internacional Fotógrafo de Jardim do Ano. As fotografias vencedoras do certame estarão expostas no Kew Gardens, em Londres, a partir de 23 de maio, como parte das comemorações dos 250 da instituição.  O Kew, ou Royal Botanical Gardens é um dos maiores jardins botânicos do mundo, abrigando 1 de cada 8 espécies vegetais conhecidas pelo homem.

O Kew foi fundado em 1759, e é hoje um dos mais importantes centros de pesquisa e conservação de espécies vegetais do planeta. No aniversário do tradicional instituto vale a pena contar uma história interessante.

A  seringueira (Hevea brasiliensis), principal fonte da borracha natural, é nativa da Amazônia brasileira, e já era utilizada pelos índios da região. No final do século XIX, o desenvolvimento da borracha vulcanizada e a ampliação de seu uso industrial levou a uma explosão da demanda pelo produto, o que deu início ao chamado "ciclo da borracha", que fez milionários da noite para o dia e motivou a migração interna de milhares de brasileiros para a região, em busca do produto que era vendido a peso de ouro nos mercados internacionais.

Entre 1890 e 1910, ganhou-se tanto dinheiro que a elite local chegava a mandar sua roupa suja para ser lavada na Europa, onde a lavagem era feita com "água limpa". Na época foi construído o Teatro de Manaus, que era de nível internacional, e diz-se que milhares de pedras do calçamento em volta do teatro foram substituídas por tijolos de borracha, ao custo de 10 dólares cada, para as carruagens passarem sem fazer barulho.

Mas isso não durou muito. Em 1876 um sujeito chamado Henry Wickham levou (contrabandeou ou exportou legalmente, de acordo com quem conta a história) sementes de borracha para o Kew Gardens, em Londres. As sementes foram posteriormente enviadas para as colônias inglesas na Ásia, especialmente Malásia e Ceilão (Sri Lanka), mas também para a Indonésia, colônia holandesa. Esses países começaram a produzir borracha em 1910, terminaram com o monopólio brasileiro do produto, e com o aumento da produção os preços caíram vertiginosamente (Clay, Jason W. World agriculture and the environment: a commodity-by-commodity guide to impacts and practices. 2004. p. 334).

A história já era contada pelo gaúcho Vianna Moog: "Não havia o súdito inglês Henry Wickham transportado às escondidas para a Inglaterra as mudas da seringueira da Amazônia? E não tinham estas mudas, depois de aclimadas no Kew Gardens - o jardim botânico de Londres - vingando perfeitamente no Oriente, transformando-se nas maiores plantações de borracha do mundo?" (Moog, Vianna. Bandeirantes e Pioneiros. 1954, p. 37).

Este foi o primeiro caso documentado de biopirataria. Embora na época não houvesse leis específicas que impedissem o inglês de coletar as sementes - 70 mil, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa da Borracha, ele teria apresentado o material na alfândega brasileira como material "morto" para obter a licença de exportação. Um cara muito vivo!

15 de maio de 2009

Airliners



Somerfildo, eu acho que você vai gostar desse site, tem muita coisa sobre aviões, com fotos muito boas, como essa aí de um Ilyushin Il-76T!

E tem uma coisa legal, você pode procurar fotos de aviões em que você já voou, basta botar o nome da empresa e o nome do avião (se tiver), e aparecem várias fotos. Veja aqui o "Pedro Alvares Cabral", da TAP!

Podemos aprender, por exemplo, que um Boeing 737 da Webjet já foi antes da Vasp, da Transbrasil e da Rio-Sul/Nordeste/Varig, portanto está voando há bastante tempo!

9 de maio de 2009

O Cubo de Rubik















Foto: Somer

Hoje consegui resolver meu cubo de Rubik, também conhecido com cubo mágico. O arquiteto húngaro Ernö Rubik (n. 1944) criou o seu primeiro protótipo em 1974, e demorou 1 mês para resolvê-lo. Eu terminei em menos de 15 minutos, graças a este manual (em inglês).

8 de maio de 2009

Maggie (#2)




Margaret Simpson tem eternos 14 meses. E os Simpsons vão apagar 20 velinhas dia 17 de dezembro.

4 de maio de 2009

Maggie



Há exatos 30 anos, nesta data, tomava posse como Primeiro Ministro britânico Margaret Hilda Thatcher, a única mulher até hoje a ocupar o cargo e responsável pela recuperação econômica do país, revertendo momentaneamente a trajetória de decadência perpetrada por anos de orientação estatista.

3 de maio de 2009

"Do not go gentle into that good night" , por Dylan Thomas (1914-1953)

Ouçam Dylan Thomas recitando o belo poema "Do not go gentle into that good night" (1951). Em seguida a tradução de Ivan Junqueira.






Não entres nessa noite acolhedora com doçura,

Não entres nessa noite acolhedora com doçura,
Pois a velhice deveria arder e delirar ao fim do dia;
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.

Embora os sábios, ao morrer, saibam que a treva lhes perdura,
Porque suas palavras não garfaram a centelha esguia,
Eles não entram nessa noite acolhedora com doçura.

Os bons que, após o último aceno, choram pela alvura
Com que seus frágeis atos bailariam numa verde baía
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.

Os loucos que abraçaram e louvaram o sol na etérea altura
E aprendem, tarde demais, como o afligiram em sua travessia
Não entram nessa noite acolhedora com doçura.

Os graves, em seu fim, ao ver com um olhar que os transfigura
Quanto a retina cega, qual fugaz meteoro, se alegraria,
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.

E a ti, meu pai, te imploro agora, lá na cúpula obscura,
Que me abençoes e maldigas com a tua lágrima bravia.
Não entres nessa noite acolhedora com doçura,
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.

Arte invisível!


foto: BBC

Sara Watson, 22, aluna da Universidade de Central Lancashire (Uclan), levou três semanas para tornar um carro invisível!  O velho Skoda Fabia está parado em um estacionamento próximo a seu estúdio, na cidade de Preston (Inglaterra).

A estudante de desenho fazia experiências com o conceito de ilusão,  achou que "precisava de algo mais físico para ter um impacto real", e assim decidiu pintar o carro. De tão bem feito que ficou, muita gente olha a foto e pensa que o trabalho foi feito usando computador.

Parece a solução perfeita para evitar multas por estacionar em local proibido, o único probleminha é que você tem que parar sempre exatamente no mesmo lugar!